Inauguramos o ano de 2013 aqui no blog reproduzindo um texto muito interessante do site O que Você Faria se Soubesse o que Eu Sei, escrito por Alexandre Costa. Nele, o autor retrata o cenário calamitoso do transporte nas grandes cidades e aponta alguns caminhos para conseguirmos nos livrar dessa prisão de forma sustentável não só para o planeta, mas para nós mesmos.
Para ler o texto na íntegra, basta acessar este endereço.
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Abaixo, alguns trechos:
(…) A queima de óleo diesel ainda é a principal fonte de emissão de transportes no Brasil, mas mesmo a euforia em substituir a gasolina pelo etanol mostrou-se de curtíssimo alcance. A princípio, é óbvio que o etanol e os demais agrocombustíveis são menos danosos ao clima, pois o carbono é reciclado. Quando a cana-de-açúcar ou plantas oleaginosas crescem, sequestram CO2 que é produzido nos motores a combustão. No entanto, o próprio transporte desse combustível (feito usualmente em veículos a diesel) e o desmatamento, comumente associado à expansão da fronteira agrícola, já mostram que eles não são nenhuma panaceia. Além disso, sabe-se muito bem quão brutal é a exploração da força de trabalho nos canaviais e usinas e que impactos ambientais envolvendo os efluentes das usinas bem como o uso de fertilizantes, herbicidas e pesticidas são bastante significativos, deixando os agrocombustíveis com um grande custo sócio-ambiental. Mesmo com sérios comprometimentos à segurança alimentar e com agressões ainda maiores às florestas, portanto, sabe-se que seria impossível sustentar uma frota de automóveis com crescimento acelerado com base neles.
(…) O transporte coletivo precisa ser privilegiado em detrimento do transporte individual. Cidades congestionadas são uma manifestação de total ineficiência (gasta-se mais energia, seja via queima de combustíveis fósseis ou não) para se locomover cada vez menos no mesmo intervalo de tempo. Mas a saída do “conforto” do transporte individual só se mostrará atraente mediante uma alternativa concreta de locomoção. Programas de tarifação zero e de melhoria da qualidade do transporte público, em conjunção com restrições ao uso do transporte individual são a mistura adequada de doce e amargo para garantir a virada necessária para impedir a crescente inviabilização dos assentamentos urbanos.